quinta-feira, 22 de maio de 2008

UM MUNDO EM PAZ


CAPÍTULO III
UM MUNDO EM PAZ

“(…)Pois eventos têm um poder miraculoso para modificar a acção humana e lhe fornecer nova motivação. Basta lembrar-nos, como exemplo disso, das I e II Guerras Mundiais, as quais nos compeliram criar a Liga das Nações e as Nações Unidas. E eventos na Coreia obrigaram o estabelecimento de uma força de política internacional simbólica, com uma rapidez que deliberadamente parlamentares jamais teriam produzido.

Os Bahá’is no mundo inteiro aguardam acontecimentos que venham precipitar acções em cumprimento à Nova Ordem de Bahá’u’lláh – acções para as quais a humanidade, não se acha bastante amadurecida, nem podendo concebê-las ou fazer planos inteligentes para sua realização.

Esses futuros eventos, quando vierem, provavelmente não parecerão benéficos, mas seu impacto, por mais calamitoso que seja, terá ao menos o resultado de precipitar a humanidade numa paz e ordem mundial duradouras.

A paz mundial não é um assunto que se resolva apenas com tratados feitos entre governos. É, isso sim, coisa que interessa a cada cidadão desse lar da humanidade que é o nosso mundo Aí é que se justifica o exercício do nosso livre arbítrio para evitarmos a anulação do progresso e o aniquilamento da espécie humana – o que nos ameaça.

Oxalá tivessem o mesmo ardente zelo pela propaganda da paz como o demonstramos pela guerra!

Foi por esse ideal que Bahá’u’lláh exortou a humanidade nos últimos anos do século dezanove. O ponto cardial dos Seus ensinamentos é a necessidade de ser abolida da consciência de todo o indivíduo, toda a espécie de preconceito. Suas palavras “e pela vontade de Deus, a Suprema Paz virá” implicam no nascimento deste zelo pela paz na nossa consciência social. Pois a vontade do Criador exprime-se nos assuntos humanos somente através da agência da vontade humana.

A lealdade é assunto muito delicado para se tocar, e uma nova orientação é sempre antecipada com receio e apreensão. As treze colónias originais dos Estados Unidos levaram mais de trinta anos para adquirirem uma espécie de unidade na lealdade mais ampla à federação do que ao Estado. Não devemos esperar, pois, que seja diferente ou mais rápido, o modo como os cidadãos dos vários países do mundo possam reagir agora ao momentoso projecto da federação mundial. É muito maior a escala desta, e saõ muita mais complexas as relações envolvidas, do que no caso da fundação dos Estados Unidos.

Como poderemos esperar alcançar lealdade para com o género humano em primeiro lugar, e em segundo lugar à nossa pátria? “Que ninguém se vanglorie de amar seu pais; que se orgulhe, antes, de amar sua espécie,” escreveu Bahá’u’lláh há oitenta anos atrás.

Isto é uma tarefa maior. Mas a vontade de conseguir pode fornecer os meios. Isto deve ser compreendido: o fato de colocarmos o amor à humanidade em primeiro lugar, acima de tudo, não nos veda um saudável orgulho em fazer da nossa nação a mais digna unidade possível na agregação de unidades que venham a compor a sociedade unitária mundial, justamente como o princípio do federalismo não impediu o crescimento sadio dos treze estados ao se fundirem numa nação.

“Vós todos sois os frutos de uma só árvore e as folhas de um só ramo.”

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