segunda-feira, 21 de abril de 2008

20 de Abril de 2008 comemrado também na Madeira






Primeiro dia do Ridván, 20 de Abril de 2008, no Funchal


Das 20 vinte às vinte e uma e trinta horas de vinte de Abril, domingo, de dois mil oito, a Comunidade Bahá’í da Madeira, comemoraram, no Funchal, o Primeiro dia do Ridván, 21 de Abril.

As Boas Novas


“O Prometido de todos os povos do mundo já veio. Todas as nações e comunidades esperam uma Revelação, e Ele, Bahá’u’lláh, é o proeminente Instrutor e Educador de toda a humanidade.”


O Maior Acontecimento da História


Ao estudarmos o que as páginas da história nos revelam acerca da evolução do homem, verificamos ser o factor principal nesse progresso o advento, de tempos em tempos, de homens que ultrapassam as ideias geralmente aceites no seu meio, e se tornam descobridores e reveladores de verdades até então desconhecidas. O inventor, o pioneiro, o génio, o profeta – estes são homens de quem depende primariamente a transformação do mundo…

Através de todos os tempos, sempre que a vida espiritual do homem degenera e a corrupção moral predomina, aparece aquele mais admirável e misterioso dos homens, o profeta. Só, contra o mundo, sem pessoa alguma que o possa ensinar ou guiar, ou até compreender perfeitamente, ou participar de sua responsabilidade, ergue-se ele entre os homens como um vidente entre cegos, proclamando seu evangelho de verdade e rectidão.


Entre os profetas, alguns sobressaem com uma proeminência especial. De tempos em tempos, um grande Revelador Divino – um Krishna, um Zoroastro, um Moisés, um Jesus, um Maomé – aparece no Oriente como um Sol espiritual para iluminar as mentes obscurecidas dos homens e despertar suas almas adormecidas.


Seja qual for o nosso juízo sobre a grandeza relativa desses Reveladores de religião, devemos admitir serem Eles os factores mais potentes na educação humana. Esses profetas são unânimes em declarar que as palavras por Eles proferidas não são Suas, mas que constituem, sim, uma Revelação por Seu intermédio, uma Mensagem Divina da qual são apenas os Portadores.


Nos Seus discursos encontram-se também inúmeras promessas e referencias a um grande Educador Mundial destinado a aparecer na “plenitude dos tempos”, um que há-de continuar a levar à fruição a tarefa por Eles começada, estabelecendo um reino de paz e justiça na Terra e unindo numa só família todas as raças, religiões e tribos, “para que haja somente um rebanho e um Pastor”, e todos, “do menor ao maior possam conhecer e amar a Deus.

A vinda desse “Educador da Humanidade”, no fim da era, deve ser certamente o maior acontecimento da história. E a Fé Bahá’i proclama ao mundo as boas novas de que esse Educador, de facto, já veio, e Sua Revelação foi transmitida e escrita, podendo assim ser estudada por qualquer pesquisador sincero – que o “Dia do Senhor” já alvoreceu, o “Sol da Justiça” se tornou visível. (in Bahá’u’lláh e a Nova Era)

Verdadeiramente nenhum Deus há senão Eu


As Escrituras Bahá’is contêm muitas passagens que lançam luz sobre a natureza da Manifestação e da Sua relação com Deus. Bahá’u’lláh salienta a natureza singular e transcendente do Ser Supremo.


Ele explica que “desde que não pode haver laço de comunhão directa para ligar o Deus Uno e Verdadeiro à Sua criação” Deus ordena que “em cada era e dispensação uma Alma pura e imaculada Se manifeste nos reinos da terra e do céu”. Esse “Ser misterioso e etéreo”, o Manifestante de Deus, tem uma natureza humana, “pertencente ao mundo da matéria”, e uma natureza espiritual, “oriunda da essência do próprio Deus”. Ele também possui “um grau duplo”:


O primeiro, o qual se relaciona à Sua mais íntima realidade, representa-O como Alguém cuja voz é a voz do próprio Deus… O segundo grau é o humano, exemplificado pelos seguintes versículos: “Sou apenas um homem como vós”. “Dize, louvado seja meu Senhor! Serei Eu mais que um homem, um apóstolo?”
Bahá’u’lláh também afirma que no reino espiritual há uma “unidade essencial” entre todos os Manifestantes de Deus. Todos Eles revelam a “Beleza de Deus”, manifestam Seus nomes e atributos e dão expressão à Sua Revelação. Nesse sentido, Ele assevera:


“Se qualquer um dos Manifestantes de Deus – Aqueles que a tudo abrangem – declarasse: “Sou Deus”, Ele certamente diria a verdade, sem a menor dúvida. Pois já foi demonstrado, repetidas vezes que, através de Sua Revelação, Seus atributos e nomes, tornam-se manifestos no mundo a Revelação, os nomes e os atributos de Deus… (in Kitáb-I-Aqdas)


Bahá’u’lláh (1817-1892)



Nascido em 1817, Bahá’u’lláh era membro de uma das destacadas famílias nobres da Pérsia – uma família que podia traçar sua linhagem até as dinastias reinantes do passado imperial da Pérsia, sendo dotada de riqueza e vastas possessões. Pondo de lado a Sua posição na corte e as vantagens que esta Lhe oferecia, Bahá’u’láh tornou-se conhecido por Sua generosidade e bondade, as quais O tornaram profundamente amado por Seus concidadãos.


Esta posição privilegiada, contudo, não se manteve por muito tempo após Bahá’u’lláh anunciar Seu apoio à mensagem do Báb. Arrastado pelas ondas de violência desencadeadas sobre os babis após a execução do Báb, Bahá’u’lláh sofreu não somente a perda de todos os Seus bens terrenos, como foi também sujeitado ao cativeiro, à tortura e a uma série de exílios. O primeiro deles foi para Bagdáde, onde, em 1863, anunciou ser Ele próprio Aquele prometido pelo Báb. De Bagdáde, Bahá’u’lláh foi desterrado para Constantinopla, Adrianópolis e, finalmente, para AKKá, na Terra Santa, onde desembarcou como prisioneiro em 1868, condição esta que durou até à Sua morte a 29 de Maio de 1892.

Sua Declaração no Jardim de Ridván – jardim este que ficava fora de Bagdade, do outro lado do Rio Tigre, e no qual Bahá’u’lláh foi convidado a permanecer durante 12 dias.


Foi a 2 de Abril de 1863, em véspesras do Seu doloroso desterro para Constantinopla, que Bahá’u’lláh e os Seus companheiros deixaram Bagdade. Toda a cidade veio vê-Lo antes de partir – amigos e não amigos. Era uma multidão de pessoas. Mulheres que choravam e prostravam seus bebés e filhos pequenos aos Seus pés. Bahá’u’lláh, cuidadosamente pegava em cada uma destas crianças, abençoava-as, e amorosamente as devolvia aos braços das mães dizendo a cada uma: “Educai estas flores encantadoras da humanidade para servir Deus com fidelidade e uma fé inabalável.


Que dia agitado! Os homens lançavam-se no Seu caminho para que pudessem ser tocados e abençoados enquanto Ele passava.


Bahá’u’lláh entrou no barco para atravessar o Rio Tigre, e as pessoas comprimiam-se em Seu redor. Não queriam perder um só momento desta oportunidade em estar na Sua Presença. Finalmente, o barco partiu. E todos os que ficaram para trás viam-no partir com os corações a sangrar.


Quando chegaram ao jardim, foi montada uma tenda para Bahá’u’lláh e mais cinco ou seis para os amigos. Uns eram cozinheiros outros serviram como sabiam. Enquanto Bahá’u’lláh permaneceu no jardim (mais tarde conhecido como O Jardim do Ridván), houve, por vários dias, um vento muito forte. Sua tenda balançava no vento. Os amigos, com medo que ela caísse, faziam turnos dia e noite, sentados nas cordas, segurando-as para que não rebentassem. Faziam isto com muita alegria, porque assim podiam estar perto do Seu Senhor Glorioso.


Permaneceram no Jardim do Ridván durante doze dias. Esses dias são agora chamados de a Festa do Ridván, ou “Festa do Paraíso”. São os dias mais sagrados no ano Bahá’i. Foi durante aqueles doze dias que Bahá’u’lláh anunciou aos seus companheiros que Ele era O Prometido há muito esperado, O Maior Anuncio, prometido por Maomé, Aquele que Deus tornará manifesto, prometido por todos os Profetas e Livros Sagrados do passado.


Finalmente Deus tinha cumprido as Suas promessas à humanidade e dado ao mundo o Maior Mestre. As épocas da profecia tinham chegado ao fim, e a Idade do Cumprimento começado. Iniciara-se, final mente, a Maior Fraternidade Mundial, O reino de Deus na Terra, a Idade Áurea da Paz e da compreensão. (in “A História da Vida de Bahá’u’lláh”, por Lowell Johnson)


2008-04-20 Deolinda Pereira

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