“HOUVE UM HOMEM
Bahá’u’lláh é a mais extraordinária figura espiritual, e a mais progressiva das produzidas pelo século dezanove. A história da Sua vida é dramática. Nasceu em Teerão, Irão, em 1817, descendente de nobre e rica família. Seu pai era Ministro de Estado no governo do Xá. Jovem brilhante, a Sua extraordinária força de atracção era sentida por todos. Nunca frequentou escola ou universidade, sendo-lhe ministrados em casa apenas os rudimentos da educação. Cedo na vida, entretanto, Ele se distinguiu pela Sua sabedoria e conhecimentos extraordinários, bem como por Sua generosidade e bondade para com todos.
Esperava-se que Bahá’u’lláh, como primogénito, seguisse a tradição da família, dedicando-se à carreira de estadista, mas, em vez disso, escolheu a vereda da reforma religiosa e humanitária, a qual se transformou, a seu tempo, em grande movimento mundial, conduzindo-O, todavia por espinhosos caminhos de perseguição, exílio e prisão perpétua. O clero islâmico do Irão não apreciou com muita satisfação as fortes correntes de reforma que Bahá’u’lláh lhe dirigiu e, possuindo o controle tanto da igreja como o da lei, conseguiu banir o Profeta para a colónia penal turca de AKKÁ, na Palestina. Nessa cidade, em cujo clima pestilento poucos prisioneiros podiam sobreviver por muito tempo, Bahá’u’lláh foi mantido prisioneiro de 1868 a 1892 – encarcerado, às vezes, num fétido calabouço, outras, num conjunto residencial.
Bahá’u’lláh tinha tal poder de conquistar o amor dos governantes turcos de AKKÁ, que tinham que ser trocados frequentemente pelo Sultão. A um desse governantes que se tornou Seu amigo, Bahá’u’lláh deu uma pena que fora humilde instrumento de revelação. O filho desse governante, Prof. Fikret Bey, do Robert College em Constantinopla, mostrou-me esta pena, em 1908, como um dos seus bens mais estimados.
Por ocasião da sua morte, em 1892, Seu filho mais velho, Abdu’l-Bahá, tornou-se, por designação do Profeta, líder e expositor da recém-nascida Fé Mundial Bahá’i, cujos ensinamentos atingiram este país (Estados Unidos da América), pela primeira vez em 1893, no Congresso das Religiões Mundiais, durante, a Feira Mundial de Chicago. Também Abdu’l-Bahá permaneceu prisioneiro em AKKÁ , até o ano 1912. Passou um ano nos Estados Unidos numa viagem missionária de costa a costa.
O escritor teve o privilégio de visitar Abdu’l-Bahá em Fevereiro de 1908 – enquanto ainda prisioneiro e, novamente em 1910, quando ele finalmente era livre e residia num local de altitude mais saudável, nas encostas do Monte Carmelo – passando na primeira, três dias como seu convidado, e na segunda, uma semana. Mais tarde o privilégio de muita intimidade com esse grande líder espiritual – que parecia ser a própria essência de sabedoria e amor – foi renovado em Paris, Washington, Boston e Nova York.
O âmago da mensagem universal de Bahá’u’lláh consiste na paz e unidade mundial, - conceito este, no qual, antes de 1860, nem a Europa nem a América tinham o menor interesse, e muito menos o Oriente…”