quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O SEGUNDO NASCIMENTO - O Propósito da Vida (I)


O SEGUNDO NASCIMENTO (I)

O Propósito da vida


A Vida Antes de Nascer

Antes de teres um nome, mesmo antes de nasceres, tu estavas vivo.

Tu dificilmente podias imaginar quem ou aquilo que tu eras, mas tu eras um ser humano.


Uma pessoa com um corpo, um espírito e uma alma que te diferenciava de qualquer outro que tivesse vivido no passado ou que viesse a viver no futuro.


Durante nove meses tu vivias no ventre da tua mãe num lugar chamado matriz. Era um lugar quente e acolchoado. Ali, tinhas tudo o que precisavas.

O ar e os alimentos eram-te enviados por um tubo ou cordão.
No inicio havia muito espaço para te virares e mexeres como te agradasse. Ninguém te pedia para fazeres o que quer que fosse. Passavas o tempo de um lado para o outro e a dormir. Durante este tempo, sobre o teu corpo, se desenvolviam os olhos, as mãos, os braços, as pernas e todas as coisas que te teriam parecido inúteis se nessa altura tu pudesses pensar nisso.

Da mesma forma tu crescias, e muito para este espaço tão reduzido.
Quando chegou o nono mês, e que já te tinhas desenvolvido completamente no ventre da tua mãe, ia-se dar uma grande mudança. Era o momento de nascer.

PRIMEIRO NASCIMENTO


Tu nem mesmo sabias o que significava nascer. Tudo o que tu sabias era que o ventre da tua mãe se tornava cada vez mais estreito e desconfortável. Mas era o único lugar onde tinhas que viver.

Tu nunca sonhaste sobre o lugar para o qual estás a ser agora empurrado. Ninguém te perguntou se estavas pronto para sair. Foste obrigado e o cordão que te fornecia o ar e os alimentos foi cortado para sempre.


O nascer fez-te um pouco de medo. Tu choraste. E se nesse momento pudesses pensar acreditarias que estavas a morrer.
De certa forma, terias razão. A vida no ventre da tua mãe tinha terminado.

A VIDA NA TERRA

Mas uma nova parte da tua vida começava: A vida neste mundo.
Felizmente estes olhos, estas mãos, estas pernas que pareciam inúteis tinham crescido correctamente porque, agora, elas iam ser muito importantes.

Começaste a aprender a abrir os teus olhos. Depois descobriste que com as tuas mãos podias apanhar e tocar os objectos.
Mais tarde aprendeste a ficar de pé em cima das tuas pernas ainda vacilantes. Se não visses de uma vista ou se uma perna tivesse crescido de uma forma anormal, serias prejudicado.

Então terias que trabalhar muito duro para viver sem uma destas partes do corpo. Não só tens que aprender a te servir do teu corpo mas também aprender a crescer como um ser humano. Tens um espírito com quem deves aprender e que te ajudará a tomar decisões.

Também estás cheio de emoções. Às vezes estás feliz, outras vezes estás triste, solitário, faminto ou cansado.

Aprendes como tornar as pessoas felizes ou tristes de acordo como que dizes e com o que fazes.
Os teus pais e os teus mestres têm as suas próprias ideias sobre o que deves fazer e como o deves fazer.

Seguir os seus ensinamentos não é fácil mas isso ajuda-te a crescer.
Começas a te sentir bem se tudo o que fizeres for o melhor possível. E sentes esta sensação porque vives de acordo com o destino que Deus te reservou. Fazer o bem aproxima-te de Deus. Quando ages mal sentes-te infeliz.

Tens a impressão de ter abandonado alguém, especialmente a ti - próprio.
Apesar destes altos e baixos este novo mundo é excitante. Pouco a pouco esqueces por completo o mundo da matriz. Não vais querer mais deixar este mundo. Mas cada um tem que avançar.

O SEGUNDO NASCIMENTO
Assim como um carro o teu corpo não pode viver indefinidamente. Se cuidares bem dele, é provável que possas viver mais tempo. Mas à medida que envelhece, ele enfraquece.

E não poderá fazer aquilo que fazia antes. Eventualmente, poder-se-á concertar certas partes importantes quando estas estão muito usadas. Mas quando o teu corpo for totalmente gasto tu morrerás.
Por vezes uma pessoa pode morrer antes que o seu corpo esteja gasto. Pode-se morrer num acidente ou por doença.

O precursor de Bahá’u’lláh, o Báb, era um jovem quando foi morto por um pelotão de execução.
É difícil para nós compreendermos porque é que Deus permite tais coisas acontecer. Abdu’l-Bahá dá-nos uma explicação sobre isso:

“É como se um jardineiro transplantasse um arbusto fresco e tenro de um vaso estreito num grande jardim… Isso o faria crescer e desenvolver…” Diz Ele: “O jardineiro conhece bem este segredo, enquanto estas almas que não têm consciência desta vontade pensam que o jardineiro, na sua raiva arrancou a arvorezinha…”

Para muitos o pensamento de morte é triste e assustador. Isso significa deixar o mundo que eles conhecem.
Talvez não estejam convencidos de que haja outro mundo depois deste. Para alguns a morte significa o fim de tudo. Mas morrer é como voltar a viver. Uma parte da nossa vida terminará mas uma outra iniciar-se-á.

Partiremos para uma outra viagem. Desta vez, entretanto, não levarás o teu corpo contigo.
O teu corpo, como todas as outras coisas materiais, é feito de partículas minúsculas chamada de átomos. As coisas materiais não podem manter eternamente a mesma forma.

Diz-nos Abdu’l-Bahá:

“Quando estes átomos começam a se separar, dá-se a decomposição. Depois, acontece aquilo a que chamamos a morte.” Quando chegar a hora de morrer, o teu corpo não terá mais nenhuma utilidade. Ele transformar-se-á em poeira da terra. Quando partires para esta viagem, o teu corpo é a casa que tu deixarás atrás de ti. (Continua no próximo mês)

Ídolos, concurso televisivo, versão 2009, SIC, Novembro de 2009